segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

19 de Dezembro de 2009

"Ódio por Ele? Não... Se o amei tanto,/ Se tanto bem lhe quis no meu passado,/ Se o encontrei depois de o ter sonhado,/ Se à vida roubei assim todo o encanto,/ Que importa se mentiu? E se hoje o pranto/ Turva o meu triste olhar, marmorizado,/ Olhar de monja, trágico, gelado/ Com um soturno e enorme Campo Santo!/ Nunca mais o amar é já bastante!/ Quero senti-lo doutra, bem distante,/ Como se fora meu, calma e serena! Ódio seria em mim saudade infinda,/ Mágoa de o ter perdido, amor ainda!/ Ódio por Ele? Não... não vale a pena..." Florbela Espanca

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