domingo, 7 de fevereiro de 2010
4 de Fevereiro de 2009
"Eu sou insaciável; mal um desejo surge, outro desponta, e em mim há sempre latente a febre do sonho e do desejo, e quando possuo alguma coisa de infinitamente consolador, como é a sua amizade, desejo mais, mais ainda, mais sempre! Conhece-se em mim o afecto, o amor, a ternura por um egoísmo implacável que quer tornar muito meus, e só meus, os corações que se me dedicam um pouco. Dá isto muitas vezes o resultado de me suceder o mesmo que sucedeu ao cão que largou a presa pela sombra, pois querendo muito, muito perdeu. Pareço-me um pouco com esse cão pateta, não acha?"
Florbela Espanca
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
largou a presa pela sua sombra ou pela sua propria sombra?
ResponderEliminarNão me parece interressar no caso...
ResponderEliminarclaro que interessa...
ResponderEliminarse for a própria sombra significa algo que não se pode ter por excelência (mas sobretudo algo que já se tem ainda assim pq se o é) ir atras da sombra é só insegurança
se for a sombra da presa, então é só o querer ter tudo, querer caçar tudo, sem hierarquizar valores etc - ser escravo dos impulsos
posso não estar a pensar bem agora mas acho que foi isto que me fez colocar a questão
Não estou certo de ter compreendido, mas creio que mantenho o que disse, uma vez que o fundamental é esse último carácter que descreveste do querer sempre mais, o que acaba por fazer com que se perca o fundamental, quer seja pela própria sombra, quer por outra.
ResponderEliminarsim mas o facto de ser pela propria sombra ou por outra muda não só o sentido do acto como a moral da história. depois falamos então
ResponderEliminar